quinta-feira, outubro 24, 2024
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Valor da produção agrícola em MS cresce 60,7% e atinge recorde de R$ 44,99 bilhões

Soja teve melhores números da história, com valor de produção 110% maior

Em 2021, alguns recordes foram alcançados na agricultura sul-mato-grossense. O valor de produção das culturas atingiu R$ 44,99 bilhões, um crescimento de 60,7% em relação ao ano anterior. Isso só foi possível graças ao bom desenvolvimento de algumas culturas como a soja, que atingiu a produção recorde de 12,23 milhões de toneladas e teve aumento de 110% no valor da produção, se comparado a 2020 (R$ 14,30 bilhões).

 

 

O milho teve sua produção reduzida em 40,3%, mas o preço compensou os produtores: no estado, o valor de produção atingiu o recorde de R$ 8,03 bilhões, registrando alta de 7,88%.

A cana-de-açúcar também apresentou queda na quantidade produzida e aumento no valor da produção. Foram colhidas 44,29 milhões de toneladas, 1,1% inferior ao ano anterior, com um valor de produção de R$ 5,49 bilhões, alta de 9,2%.

Se considerado o período de 2001 a 2021, consegue-se notar um processo de especialização da produção
no estado. As culturas da soja, milho e cana-de-açúcar passaram a ter um papel cada vez mais
preponderante no valor da produção estadual, deixando menor o espaço para outras culturas, conforme o
gráfico abaixo demonstra:

Área plantada em MS cresceu 7,5% em relação a 2020

A área plantada ou destinada à colheita no estado foi de 6,4 milhões de hectares, um aumento de 7,5% em relação ao
ano anterior. Entre os principais produtos, obtiveram aumento de área plantada as culturas de soja (8,1%), milho (8,9%), cana-de-açúcar (1,0%) e mandioca (9,7%). Por outro lado, houve queda na área plantada do trigo (-3,8%).

As cinco Unidades da Federação com maior área plantada ou destinada à colheita são, Mato Grosso (17,9 milhões de
ha), seguido pelo Paraná (11,1 milhões de ha), Rio Grande do Sul (9,9 milhões de ha), São Paulo (8,8 milhões de ha) e
Goiás (7,3 milhões de ha). Mato Grosso do Sul continua a ocupar a 6ª posição nacional quanto à área plantada ou
destinada à colheita. As UFs com menor área plantada ou destinada à colheita foram o Acre, com 86 mil hectares, e o
Amapá, com 28 mil hectares.

Entre as cidades de MS com maior área plantada ou destinada à colheita, o ranking em 2021 ficou da seguinte
maneira:

Os três municípios de MS com a menor área plantada ou destinada à colheita foram, Três Lagoas (667 ha),
Aquidauana (460 ha) e Ladário (19 ha).

De 2020 para 2021, MS aumenta a participação da sua produção de soja no total nacional, mas mantém 5º lugar

A hegemonia da produção de soja dentre as culturas plantadas no estado tem reflexos nacionais. O estado de Mato
Grosso do Sul ocupa a 5ª posição, com 9% da produção de soja do Brasil. Em relação à área plantada e à área colhida, MS apresentou o valor de 3,3 milhões de hectares para ambas variáveis.

Em 2021, a produção de soja no estado (12.226.648 de toneladas) foi 11,8% maior que o ano anterior (10.939.032 toneladas). Na comparação com 2012, o aumento foi de 166%. O estado de Mato Grosso continua com a maior produção nacional, sendo responsável por 26,2% de toda a soja colhida do país.

Na comparação municipal, MS tem 3 municípios entre os 20 maiores produtores de soja do país: Maracaju (11º), Ponta Porã (14º) e Sidrolândia (17º).

Campo Grande ganha destaque por se inserir entre os 10 maiores produtores de soja do estado. Maracaju segue batendo recordes estaduais

Chegando à produção recorde de 1.115.100 de toneladas, Maracaju segue como o maior produtor de soja de MS, com participação estadual de 9,1%. Já alguns dos outros municípios alternam posições no ranking local entre 2020 e 2021. Laguna Carapã sobe da 9ª para a 6ª posição, Chapadão do Sul sai da 11ª para a 8ª posição e Naviraí sai do rol,
cedendo espaço para a entrada de Campo Grande na 10ª posição.

Seca afeta produção de milho que cai pela metade

A produção estadual de milho teve significativa retração em 2021, desta vez apresentando queda na 1ª e 2ª safras. Com 5,4 milhões de toneladas produzidas, que representaram um decréscimo de 49,4%, a produção sul-matogrossense sofreu as consequências da estiagem que assolou o Centro-Sul do País durante os meses do outono e
inverno, ocasionando perdas significativas de produtividade das lavouras de 2ª safra. Com este resultado, MS perde a 4ª colocação para o estado de Minas Gerais, ficando assim na 5ª posição. A quantidade produzida de milho no estado equivale a 6,1% da produção total nacional.

Mesmo com a ampliação das áreas plantadas em Mato Grosso do Sul, que alcançaram um recorde de 2,1 milhões de
hectares, registrou-se uma queda no rendimento médio de 48,9%, que influenciou o resultado do período. Ainda
assim, o grão, obteve crescimento de 7,9% no valor gerado em 2021, que totalizou R$ 8,0 bilhões, fruto do aumento
dos preços da commodity, em razão da baixa oferta do produto e câmbio em patamares elevados, que favoreceram a
exportação.

Entre os 60 maiores municípios produtores de milho no país, cinco são de MS: 14º Maracaju (780 mil toneladas); 25º Sidrolândia (564 mil toneladas), 38º Dourados (406 mil toneladas), 45º São Gabriel do Oeste (354.720 toneladas) e 52º Costa Rica (314.100 toneladas).

Com preços ainda em elevação, e mesmo com a concorrência de áreas de cultivo com a soja, a área plantada do milho de 1ª safra manteve-se estável em MS, com 15.367 hectares em 2021. Por sua vez, a 2ª safra de milho, com participação de 97,5% na produção total, mesmo com uma ampliação de 9,1% na área plantada, teve uma expressiva
queda de 50% na produção, totalizando 5,2 milhões de toneladas.

No Brasil, como consequência da queda na produção da 2ª safra, o ano de 2021 registrou uma retração de 40,7% no
volume de milho em grão exportado, segundo dados da Secex, que alcançou 20,4 milhões de toneladas, o menor
patamar desde 2016, quando houve quebra na safra nacional de grãos. Com a retração na oferta do grão, aliado à
elevada demanda interna das indústrias de carnes e de etanol, registrou-se uma forte elevação nos preços de mercado e um menor volume embarcado para o exterior.

Dois municípios de MS estão entre os maiores produtores de cana-de-açúcar do país

No Brasil, a área plantada de cana-de-açúcar totalizou 8,3 milhões de hectares, 300 mil hectares inferiores à do ano
anterior (2020). Em Mato Grosso do Sul, que ocupa a quarta posição no ranking, atrás respectivamente de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, em 2021 houve um incremento de 1,04% área plantada e colhida em relação ao ano anterior e um aumento de 20,5%, se comparada a 2012. A quantidade produzida em toneladas teve um decréscimo de 1,27% em relação ao ano anterior, porém, 25,2% de aumento em relação 2012. Já o valor da produção teve variação positiva de 9,24% em relação a 2020 e de 153,3% se considerado 2012.

As cidades que mais produzem cana-de-açúcar no estado são respectivamente: Rio Brilhante (6.459.930 t), terceiro
maior produtor do Brasil, Nova Alvorada do Sul (5.526.781 t) e Nova Andradina (4.032.593 t). Uberaba (MG) e
Barretos (SP) são os maiores produtores nacionais.

MS se mantém entre os maiores produtores de algodão do país

Mato Grosso do Sul, ocupa a quarta colocação no ranking de produção de algodão herbáceo superado respectivamente pelos de Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais.

A área plantada e colhida em hectares no estado caiu 27,3% se comparada ao ano anterior e 62,8% em relação a 2012. Consequentemente, a quantidade produzida também caiu, respectivamente 29% (2020) e 54,8% (2012). O valor da produção caiu 3,4%, mesmo com a queda na área plantada e na quantidade produzida, devido à valorização do produto no mercado. Se comparado a 2012, o valor da produção subiu 14,2% no entanto.

Os municípios de Mato Grosso do Sul com maior produção são Costa Rica (64.143 t) e Chapadão do Sul (30.630 t).  No Brasil, ganham destaque Sapezal (maior produtor) e Campo Novo dos Parecis, no Mato Grosso e São Desidério, na Bahia.

MS é o terceiro maior produtor de amendoim do país

Em Mato Grosso do Sul, a quantidade produzida de amendoim em 2021 foi de 8.171 toneladas, valor 3,7% superior às 7.875 toneladas de 2020 e 521% maior do que as 1.568 toneladas de 2012. O valor gerado na produção de  amendoim em MS foi de 19,9 milhões em 2021, valor 33% superior aos 15,3 milhões gerados em 2020.

A área colhida de amendoim, em 2021, foi de 2.517 hectares, valor que representou um aumento de 17,6 % em
relação aos 2.065 hectares de 2020 e crescimento de 327% em relação aos 769 hectares de 2012.

No ranking nacional, MS ocupa a 3ª posição entre as Unidades da Federação. Porém, na comparação com o estado de São Paulo, que é o maior produtor nacional de amendoim (741.530 toneladas), MS teve, em 2021, uma produção
significativamente menor, percentual que não passa de 1,1% daquele estado. Minas Gerais é o segundo maior produtor (21.290 toneladas). Na comparação local, o município com maior destaque na produção de amendoim em
MS é Cassilândia, que possui participação estadual de 34,9%.

MS tem quarta maior produção de mandioca do país

Em 2021, a área colhida de mandioca, no MS, em 2021, foi de 43.760 ha, valor que representou aumento de 6,79%
em relação às 39.915 ha de 2020 e aumento de 22,6% em relação às 30.902 ha de 2012. Já o aumento de 2020 em
relação a 2012 foi de 22,6%.

Quanto à quantidade produzida, MS ocupa a 4ª posição na classificação nacional com 997.672 t em 2021, valor que
representou 9,2% de aumento em relação às 906.533 toneladas de 2020 e de 36,4 % em relação às 634.299 toneladas de 2012. Na comparação com o estado do Pará, que é o maior produtor de mandioca do país (em 2021, colheu 4.053.932 t), MS produziu 24,6% desse total. O estado do Paraná (3.404.917 t) é o segundo maior produtor.

O município com maior produção no MS, em 2021, foi Itaquiraí, que produziu 132.000 t.

Os valores gerados da produção de mandioca em MS atingiram R$ 147,8 milhões em 2012, R$ 435,8 milhões em 2020 e R$ 578,5 milhões em 2021. Desta forma, em 2021, o estado produziu 24,7% a mais do que 2020. E em relação a 2012, MS produziu 74,4% a mais.

Nas lavouras permanentes, a borracha ganha destaque batendo recorde na área destinada à colheita em MS

Em 2021, no Mato Grosso do Sul, a borracha (látex coagulado) teve área destinada à colheita de 9.591 ha, os mesmos
números para a área colhida e com produção de 18,7 toneladas. Isso ajudou a obter o rendimento médio de 1.952 kg/ha e valor de produção correspondente de R$ 78,3 milhões.

Dentre os produtos das chamadas lavouras permanentes, a borracha é a que tem maior área destinada à colheita, fica em segundo quando a variável é a quantidade produzida, cai para a décima segunda posição quanto ao quilograma por hectare, mas obtém, ao final, o maior valor de produção entre as culturas desse nicho. Dentre os municípios do estado, destaca-se Aparecida do Taboado que destinou 3.604 hectares de área à colheita, produziu 4.000 toneladas e teve valor da produção em R$ 14,0 milhões.

Entre as UFs, o estado com maior quantidade produzida de borracha é São Paulo, com 260.046 toneladas, seguido
por Minas Gerais, com 30.130 toneladas, Goiás, com 27.139 toneladas, Bahia, com 26.463 toneladas e Mato Grosso
do Sul com a marca de 18.724 toneladas.

No quadro a seguir pode-se ver melhor a dinâmica das principais culturas das lavouras permanentes no estado:

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